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quinta-feira, fevereiro 28, 2013

A  OPRESSÃO  X  A SUAVIDADE, no I Ching
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Há tempos não pegava o meu livrinho de I Ching para ler (O PEQUENO I CHING, de Richard Wilhelm), mas gostei do que li hoje em dois hexagramas distintos: A OPRESSÃO (ou EXAUSTÃO) e A SUAVIDADE (ou O PENETRANTE):
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Quando o homem forte se depara com a adversidade, ele permanece alegre apesar de todo o perigo. Sua alegria é a fonte de futuros sucessos, pois ela tem sua origem numa estabilidade de caráter que é mais poderosa do que a sorte.
Contudo, o homem cujo espírito se deixa abater pela opressão certamente não terá sucesso. (hexagrama A OPRESSÃO, no I Ching)

A imagem da SUAVIDADE é o vento, ou a madeira. Significa gentileza e adaptabilidade, mas também penetração. A gentileza penetra por toda parte na terra, como o vento, ou como as raízes, que penetram no interior da terra, nos recantos obscuros.
(...)
A penetração não produz seus efeitos pela violência, porém de modo gradual e invisível, através de uma influência que nunca declina.
Resultados dessa ordem são menos perceptíveis do que os obtidos por um ataque de surpresa, porém são mais duradouros e mais completos. (hexagrama A SUAVIDADE, no I Ching)
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E eis que, ao terminar de transcrever esses dois trechos, me deparo com o hexagrama A ALEGRIA, que vem logo depois do A SUAVIDADE. Vale a pena refletir também:
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A alegria é um estado de ânimo contagiante; por isso pode realizar alguma coisa entre os homens. Mas a alegria deve basear-se na perseverança, para que não degenere numa euforia descontrolada.
A verdade e a força devem residir dentro do coração, enquanto a suavidade se manifesta no relacionamento social. Dessa forma assume-se a atitude correta, tanto com relação a Deus como com relação aos homens, podendo-se chegar a realizar algo.
Em certas circunstâncias, a intimidação dos outros sem a gentileza pode ter algum resultado durante algum tempo, mas não para sempre.
Quando se conquista o coração dos homens pela amizade, eles esquecerão sua labuta e aceitarão de bom grado toda sorte de dificuldades (...) tão grande é o poder da alegria sobre os homens.
O que há de mais grandioso em tornar as pessoas alegres é o fato de elas se incentivarem umas às outras. Nisto consiste a melhor maneira de governar: conduzir as pessoas com alegria.
Ser interiormente firme e exteriormente gentil é o caminho que leva à verdadeira alegria.
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segunda-feira, fevereiro 25, 2013

"VAMOS SER COMO ESTE CASAL?" 
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Casal do filme MAIS UM ANO (ANOTHER YEAR)

Casal do filme MAIS UM ANO

Casal do filme MAIS UM ANO



































Em meio a tantos filmes bons passando no cinema, ontem assisti a um filme, cujo DVD estava há um tempão aqui em casa, sem eu nunca ter dado bola. Chama-se: MAIS UM ANO (Another Year).
De cara, eu posso dizer: que filme bonito. História tão simples, mas quanta sutileza e sensibilidade. 
Ele mostra, basicamente, a vida de um casal que tem sua rotina de lar, de trabalho, de cultivo de uma horta. De vez em quando, eles recebem o filho e sua namorada e alguns amigos em casa. Tudo isso se passa durante um ano, o que é indicado pelas estações: primavera, verão, outono e inverno.
O que mais chama a atenção é justamente o casal: é muito companheiro, se admira, se compreende, se ajuda. Marido e mulher têm aquela cumplicidade que você vê em alguns casais mais antigos: só de se olharem, já sabem o que estão pensando. E, se prestamos atenção ao filme, vemos que ele talvez esteja nos revelando qual o segredo para um casamento feliz, que é, justamente, esse cultivo diário do relacionamento. Não por acaso,  durante todo o filme, vemos, em algumas cenas, o casal na horta, cultivando legumes. Eles sabem a hora de plantar, a hora de colher, a hora de se recolher (como na cena em que chove e eles vão se proteger, e ficam tomando chá pacientemente, enquanto a chuva não pára, sem reclamar ou se impacientar por causa da intervenção da natureza). Ou seja, assim como a horta tem seu ritmo próprio, e a eles só cabe obedecer, ambos parecem respeitar o ritmo natural que a vida de casal exige, não deixando de empreender os cuidados necessários. 
O segredo para o casal em questão ter tanto sucesso também se revela em contraste com alguns de seus amigos bastante complicados. Tem o amigo que já foi bonito em outros tempos, mas hoje, coitado, parece estar sempre na iminência de um infarto, além de beber de forma desmedida. Há, também, a amiga solteira-carente-deprimida. Ela sempre chega esbaforida na casa dos amigos, está sempre bebendo, falando muito, se "perdendo" (às vezes, literalmente, o que não deve ser coincidência).
O casal ajuda esses amigos, o que eu achei bonito. E, nessas ajudas, também vi muita sabedoria: eles ajudam sem se intrometer, sem "invadir" a vida do outro, aconselhando quando necessário, e sempre os recebendo com muito carinho e respeito, mas também sabendo o momento de ficarem a sós.
A casa deles parece um porto seguro, e é aí aonde os amigos vão realinhar um pouco os seus eixos desconexos - é essa a impressão que dá.
Os personagens da história mostram que escolher a pessoa certa para um relacionamento tem um pouco de sorte, mas essa sorte pode ir por água abaixo se os envolvidos não souberem cuidar, nem respeitar o ritmo natural de cada um e do casal em si. É esse segredo que os amigos complicados não descobriram.
Por isso, recomendo muito esse filme. Sem barulho, sem gritaria, sem aplausos altos. Somente com o coração leve, se comprometendo com a pessoa amada: Vamos ser como este casal?
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Vejam o trailler (de Portugal, que deu o nome de UM ANO MAIS):
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sexta-feira, fevereiro 22, 2013

RECOMENDAÇÃO TERAPÊUTICA: ASSISTIR AO FILME O LADO BOM DA VIDA
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Cartaz do filme


















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Faz umas duas semanas, assisti ao filme AMOR com o Kiko. Esperava um drama, mas um drama bonito, em que dois velhinhos se cuidam e suportam juntos a doença da esposa. Acontece que o final desse filme é impactante: inesperado e chocante. Quando acabou o filme, ficou um silêncio sepulcral na sala do cinema. Detalhe: como era uma sessão cedo, depois do almoço, a sala estava cheia de idosos. A vontade que tive foi de, em nome do diretor, pedir desculpas a todos os velhinhos que presenciaram aquilo: Olha, foi mal aí. Não queríamos deixá-los tão deprimidos. Apesar de tudo e da velhice, a vida é bela etc etc.
Que as interpretações do filme AMOR são excelentes, isso não se nega. Mas um diretor deprimir os outros no meio da semana, puxa, isso não se faz...
Em compensação, ontem, Kiko e eu assistimos ao O LADO BOM DA VIDA. Desde o filme MELHOR É IMPOSSÍVEL (já vi umas quinhentas vezes!) (*), não via um filme com problemáticos-maluquinhos tão gostoso. E embora seja triste ver alguém com problemas psiquiátricos, o filme consegue passar leveza e esperança. É a esperança que cura os protagonistas (Patrick e Tiffany), assim como foi a esperança que curou Melvin, em MELHOR É IMPOSSÍVEL - e não é a esperança que nos cura a todos? 
Além da esperança, esse filme mostra que há algo que sempre dá um empurrãozinho: é a confiança que os outros nos depositam. Dizem que não é bom ficar dependendo de motivação alheia, que temos que buscá-la dentro de nós etc. Ok, está certo. Temos que ter um manancial de forças dentro de nós suficiente para nos levar adiante. Porém, quando estamos na pior, poder contar com o apoio de outros sempre ajuda, seja você bipolar, portador de TOC ou não. Se Melvin, Patrick e Tiffany não tivessem pessoas que os vissem além de seus problemas, dificilmente eles teriam melhorado.
Por isso, O LADO BOM DA VIDA mostra que, muitas vezes, se curar é uma questão de encontrar o caminho certo, as atividades certas, as pessoas certas. Encontrar "os seus" e se deixar surpreender pelas coisas boas que a vida tem a oferecer. Porque há dificuldades e há também o lado bom da vida.
Acabou o filme e o cinema inteiro estava alegre pelas ótimas gargalhadas que o filme proporciona. Todos saíram mais alegres e esperançosos. Até eu saí com esperanças de voltar a fazer dança de salão com o Kiko. É que, por causa de umas cenas de dança, ele comentou: "(até) dá vontade de dançar". Obviamente, gravei essa afirmação (sem o "até"), registrei em cartório e vocês, leitores, são minhas testemunhas. 
Kiko não me escapa mais!

(*) Aliás, vejam o primeiro post do Desanuviando, no dia 23 de maio de 2003. Aqui.
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quinta-feira, fevereiro 21, 2013

SELOS JANE AUSTEN
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(Orgulho e Preconceito)











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Minha amiga Dhuanne me enviou este link, que mostra os selos comemorativos pelos 200 anos de ORGULHO E PRECONCEITO. Vejam que legal: AQUI.
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quarta-feira, fevereiro 20, 2013

A FLEUMA E A BELEZA
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A FLEUMA:
Foto tirada por mim. A coruja fez pose. (E esse formato de coração, hein?!)















A BELEZA:

Foto tirada por mim. Bouganvilles ao meio-dia. Não são lindas?













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terça-feira, fevereiro 19, 2013

L'AMOUREUSE
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Ouvi esses dias a música L'AMOUREUSE, de Carla Bruni. Ela traduz um espírito apaixonado muito gostoso: aquele espírito que está em paz porque se sabe amado, correspondido. É mais alegre que melancólico.
O clip da música também traduz esse espírito. E ia postá-lo aqui, mas, ao procurá-lo no Youtube, encontrei a mesma música com imagens de Raymond Peynet, de quem acabo de virar fã. São quadros românticos, com casais ternos e apaixonados. 
Um detalhe interessante é que os pássaros estão sempre ao redor do casal. Me apaixonei!
Vejam várias vezes:
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quinta-feira, fevereiro 14, 2013

FILMES E UM LIVRO

# FILMES
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Vocês também acham que o cinema está em uma safra boa? Há tempos não ia - e não fazia tanta questão de ir - ao cinema. Desde O HOBBIT (ou foi SKYFALL?), no final do ano passado, tenho ido quase toda a semana ao cinema, e ainda não dei conta dos filmes que estão na minha lista (de "FILMES PARA ASSISTIR").
Nesse momento, tenho lamentado não ter mais carteira de estudante...
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# UM LIVRO
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Já comentei, umas poucas vezes, aqui no Desanuviando, o livro MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS, de Clarissa Pinkola Estés. É um livro de 600 e poucas páginas, e eu sempre o lia aleatoriamente: lia somente o capítulo que me interessava no momento. 
Só que, agora, me deu vontade de ler o livro todo, do começo ao fim, e estou adorando!
A autora é analista junguiana e, neste MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS, ela conta algumas histórias clássicas (contos de fadas, fábulas etc), explicando, depois, os arquétipos presentes em cada conto, os simbolismos e as lições - sábias lições! - que podemos extrair. Acho que, se ela só falasse dos arquétipos, de uma forma solta, sem os vincular aos contos, o livro não seria tão bom como é. Pois é justamente por causa dessas narrações clássicas que o livro se torna delicioso.
Para vocês terem uma idéia da importância que um conto pode ter na formação do caráter e do espírito de um indivíduo, vejam o que Estés fala, por exemplo, sobre o conto O PATINHO FEIO:
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Trata-se de uma história básica em termos psicológicos e espirituais. Uma história básica é aquela que contém uma verdade tão fundamental para o desenvolvimento humano que, sem a incorporação desse fato, o avanço se torna duvidoso e ninguém consegue prosperar sob o aspecto psicológico enquanto não perceber essa verdade.
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Já ouvi gente falar que esses contos são ruins para as crianças, mas nunca achei isso. Pelo contrário: continuo achando que eles têm um papel pedagógico importante.
Mas o interessante desse livro é mostrar que esse "papel pedagógico" não se restringe às crianças: adultos também podem aprender bastante com esses contos eternos.
Recomendo!
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terça-feira, fevereiro 12, 2013

NADA A VER COM O CARNAVAL...POR ISSO QUE ESTOU POSTANDO.
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Vejam esta constatação: 
"A cidade de São Paulo tem mais carros que a Argentina inteira. A cidade de Buenos Aires tem mais livrarias que o Brasil inteiro." 
Fiquei "de cara" com essa informação, e não duvido que ela esteja certa. Em Buenos Aires, vi faxineiras de banheiros públicos lendo livros (bons) em seus tempos de folga. Aqui no Brasil, sei não, mas acho que muito universitário não lê nem no banheiro...

Essa informação está aqui neste vídeo. Dêem uma olhada. É interessante.



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quarta-feira, fevereiro 06, 2013

MUITO FORTE!
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(de Olavo Bilac)

Não sejas nunca medroso!
Fraco embora, tem coragem!
Para fazer a viagem
Da vida, sem hesitar,


É preciso, de alma forte,
Sem ostentar valentia,
Dominar a covardia,
Para o perigo enfrentar.


O medo é próprio do pérfido,
Do pecador, do malvado:
Quem não se entrega ao pecado
Não receia a punição.


Não tem medo quem caminha
Com a consciência tranqüila,
Quem o inimigo aniquila
Com a força da razão!


Não abuses da bravura;
Não afrontes o inimigo;
Não procures o perigo;
Prega o amor! e prega a paz!


Mas, se isso for impossível,
Não fujas! cai batalhando!
E, se morreres lutando,
Morre! feliz morrerás.






terça-feira, fevereiro 05, 2013

SAIR PARA SE ENCONTRAR
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(imagem do Tumblr)













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Uma vizinha adolescente cursou o primeiro ano de faculdade em 2012. A encontrei esses dias e perguntei se  estava gostando do curso que escolhera. Ela disse que não. Então quis saber: e o que você vai fazer? Daí ela me deu a seguinte resposta: vou morar 3 meses na Europa (*) pra ver se me encontro.
É engraçado isso de a gente querer ir para longe para se encontrar. Sábios e filósofos dizem que isso não é necessário: que basta olharmos para dentro de nós, que encontraremos todas as respostas de que necessitamos. Mas quem disse que olhar para si é fácil? E quem disse que não encontramos respostas quando viajamos? Sabores novos, cores diferentes, reações surpreendentes, comportamentos inusitados. A imaginação nos ajuda a "ver" outros mundos. Porém, ver in loco é tão poderoso!
Uma tia minha uma vez disse: nós nunca voltamos os mesmos de uma viagem. Acredito que, se você pensa assim, a viagem o muda mesmo. É o contrário de pensar: viajei, mas agora voltei à realidade. Que a sua realidade vai gritar quando você voltar, isso é fato, mas, você voltar o mesmo que era antes de partir, é desperdício de milhas. O segredo é dizer: viajei, mas não voltei à minha realidade: eu sou uma nova  realidade! Pensando assim, vale a viagem e você pode dizer que "se encontrou" (**) um pouco mais.
Um dia desses, o Kiko me perguntou por que gosto tanto de viajar. Respondi: primeiro, porque sou cigana; a vida inteira aprendi a juntar minhas coisas e ir para um lugar novo. Então, agora que estou tanto tempo morando no mesmo lugar, meu espírito cigano fica inquieto e me pede para fazer pequenas viagens - só para dar uma renovada nos ares. Segundo, porque tenho a impressão de que, quando a cegonha me trouxe para os meus pais, vim carregando tantos pedaços de mim mesma, que alguns acabaram caindo pelo caminho. Ou seja, agora preciso buscá-los para voltar a ficar completa. E isso talvez dure a vida toda...
Acho que os sábios poderiam ser mais sábios dizendo: é possível se encontrar olhando para si mesmo e olhando para fora, para o mundo que está aí, esperando ser explorado! 

Boa sorte para essa minha vizinha! Aliás, bons ventos e tomara que ela se encontre! E bons ventos, também, para todos nós que não cansamos de "nos encontrar" por aí...

(*) Ela vai para Belfast (Irlanda do Norte) ou Dublin (Irlanda). É claro que estou na torcida: Du-blin! Du-blin! Du-blin!
(**) Às vezes, a pessoa volta mais perdidona: cabelo verde, piercings pelo corpo, seguindo hábitos alimentares malucos. Hehehe Mas é um risco que se deve correr.
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sábado, fevereiro 02, 2013

PIADA COM O PORTUGUÊS (e não "piada de português"!)
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Esta me foi contada pela minha amiga Dhuanne:
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Mãe: - É pra mim lavar a louça.
Filha: - Mãe, é pra eu lavar a louça.
Mãe: - Então, vai lá, minha filha! Lava toda a louça!
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