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quarta-feira, março 31, 2010

DOCE QUE NÃO ENJOA
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Dizem que com o tempo nosso paladar muda. Pois de uns tempos para cá tenho me enjoado fácil de doce. Quero dizer, não gosto mais de doce como gostava antes (e antes eu adoraaava doce, muito mais que salgado!). Esses dias comi uma paçoquita e fiquei enjoada daquele gosto doce na boca. Algo que não acontecia; pelo contrário: sentindo doce na boca, logo ficava com vontade de comer outro.
Essa mudança tem o seu lado bom - pra silhueta, pros dentes, pra imunidade, pois dizem que o açúcar enfraquece o organismo - mas, passando pela Cacau Show esta semana, vi uma caixinha de chocolate deles chamada DOCE GESTO. E pensei com os meus botões: desse tipo de doce não me enjôo.
Pois comprei essa caixinha para dar de presente. E a mensagem que escrevi para quem irá recebê-la - uma família - é a mensagem que deixo aos meus leitores do Desanuviando:
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"Doce gesto" é o nome deste chocolate. Então, desejo a vocês: que recebam muitos 'doces gestos' das pessoas, que tenham muitos 'doces gestos' entre si e que ofereçam muitos 'doces gestos' aos demais. Só assim a Paz dAquele que morreu e ressuscitou por nós estará em nossas vidas o ano inteiro. FELIZ PÁSCOA!
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p.s.: Alguém pode até achar que "doce gesto" é pouco para encontrar a Paz maior, aquela que paira acima dos pequenos e grandes turbilhões do dia-a-dia, mas, conversando com uma amiga muito sábia, concluímos que "doce gesto" só sai de quem tem um coração amoroso, cheio de respeito pelo próximo - e estes são alguns dos segredos para se encontrar a Paz.
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terça-feira, março 30, 2010

FRASE ENVIADA PELA MINHA QUERIDA AMIGA (DESDE 1998!) TAMARA:
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Te escrevo para enviar esta frase abaixo, achei a sua cara.
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‘Há sempre um copo de mar para um homem navegar.’
(Jorge de Lima, em A INVENÇÃO DE ORFEU)
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domingo, março 28, 2010

UM POEMA DO GRANDE ANTONIO MACHADO PARA ESTE DOMINGO
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NUNCA PERSEGUÍ LA GLORIA

Nunca perseguí la gloria
ni dejar en la memoria
de los hombres mi canciòn;
yo amo los mundos sutiles,
ingrávidos y gentiles
como pompas de jabòn.
Me gusta verlos pintarse
de sol y grana, volar
bajo el cielo azul, temblar
súbitamente y quebrarse.
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quinta-feira, março 25, 2010

JANE AUSTEN, NEM TE CONTO!
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Querida (*), você continua atual. E a prova disso é que Fulana, depois de muito esforço, conseguiu um namorado. Não qualquer um, mas o melhor namorado da vida dela. Socialmente falando, claro.
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(*) Me referindo, agora, não aos meus botões, mas à querida Jane Austen. (É, estou começando a ficar preocupada: falo com botões, com escritores mortos...)
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segunda-feira, março 22, 2010

MOMENTO-TRANSBORDA-CORAÇÃO!
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Li um texto da Raquel de Queiroz em que ela dizia sobre o livro JANE EYRE:
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A história melodramática e simples fez chorar muita gente na Inglaterra (...).
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Pois confesso que a mim também. Não deu pra controlar. Li a maior parte desse livro no ônibus e tive que, várias vezes, me valer dos óculos escuros para disfarçar as lágrimas. Você pode até pensar: é só um livro. Mas não adianta: é sempre assim. Você entra na história e já está xingando personagem, já está chorando com eles, já está rezando por eles. Sabe quando a Jane Eyre fugiu, passou fome, dormiu no sereno? Pois cheguei a pedir: Deus, ajude essa mulher! Faça virem bons bocados para ela! E não é que Ele atendeu?
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Estes últimos trechos que vou transcrever do livro são do tipo: "transborda-coração". Já estão no final do livro. Então você imagina, né? Depois de tudo o que o coração agüentou, final feliz, regado a declarações de amor. Doce de melado é pouco perto de todo este doce!
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E há tanta magia nestas horas que estou passando com você! Ah, quem pode lá saber que vida terrível, oca e desesperada eu tenho vivido estes últimos meses! Sem nada fazer, sem esperar coisa alguma; em pleno dia, mergulhado na noite; sentindo apenas sensação de frio quando deixavam que o fogo se apagasse e sensação de fome quando me esquecia de comer. Às vezes, uma tristeza resignada e, de repente, um verdadeiro delírio de desejo, de tornar a abraçar a minha Jane. Sim, eu sentia mais a sua falta do que a falta da minha vista. E como pôde acontecer que Jane esteja agora comigo, dizendo que me ama? Não irá partir, tão inesperadamente como chegou?
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Tenho agora dez anos de casada. Sei o que é viver inteiramente com e para o que mais se ama na terra. Considero-me feliz - mais feliz do que a linguagem pode exprimir, porque sou a vida do meu marido, tanto quanto ele é a minha vida. Nenhuma mulher se integrou mais no seu esposo do que eu: fiz-me, cada vez mais, o osso do seu osso e a carne da sua carne. Não me canso do convívio do meu Edward. Ele não se cansa do meu. Não nos cansamos do pulsar dos nossos corações. Estamos sempre juntos. Estar juntos, para nós, é ao mesmo tempo estar tão livres como na solidão e tão alegres como em companhia. Conversamos o dia inteiro. E conversar, para nós dois, não é senão pensar de um modo mais animado e audível. Toda a minha confiança repousa em mim. Combinamos perfeitamente nos gênios - e o resultado é o que se pode esperar.
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domingo, março 21, 2010

#EXTRATOS DA SEMANA#
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AMOR
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Minha relação com o mar é assim: posso até não entrar nele, mas só de saber que ele está por perto (e mais: que eu posso olhá-lo sempre), me dá conforto, me deixa feliz.
(Mas... se, além de poder contemplar o mar todos os dias, eu puder mergulhar nele...ah! daí o meu coração se deleita por completo).
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p.s.: obviamente, hoje fui à praia. E é esse tipo de pensamento que tenho quando estou no mar. (E não páro de comentar com os meus botões: amo isso, não vivo sem isso.)
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NÃO BASTA SER MULHER, TEM QUE APRENDER A SER UMA
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É uma sensação única, uma sensação de alívio por não estar sozinha: você passa por uma aflição nova, não vê como pode resolver, mas daí ouve uma amiga contar que já passou pelo mesmíssimo problema - e que o superou! Ela te conta como foi, o que sentiu, o que sofreu, mas também revela como superou: Você se faz de sonsa. Vai parecer louca, mas pelo menos preserva sua sanidade mental!
Pois é, nêga, vivendo e aprendendo... a ser mulher!
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JANE EYRE
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Sempre que leio um livro (bom), vou sublinhando ou fazendo orelhas de burro nas páginas que me chamam a atenção. E me prometo transcrever estas partes em um caderno ou no Desanuviando. Com a correria, e com o tempo que passa, acabo deixando de lado. Mas é uma pena. Gostaria de transcrever todos os maravilhosos trechos que já foram escritos na literatura universal.
Com JANE EYRE, de Charlotte Brontë, não foi diferente. Foram muitas passagens assim. Uma delas foi a que já transcrevi: a dramática descrição de Mr. Rochester sobre sua esposa que enlouqueceu. Um outro trecho que marquei foi a lembrança de Jane sobre a escola para onde deu aula. Me chamou a atenção por ter visto ali uma exímia professora, que, além do conteúdo rico que tem a passar, é capaz de perceber as condições de seus alunos e de os ajudar a serem melhores. Uma professora que não se contenta com a mediocridade, mas que quer o refinamento de seus alunos em todos os sentidos. Está no capítulo XXXII:
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Continuei a trabalhar na escola com o máximo de diligência e cuidado. A princípio, a tarefa foi realmente difícil. Apesar dos meus esforços, passou-se algum tempo antes que eu pudesse compreender as minhas alunas e os seus caracteres. Incultas de todo, com as faculdades embotadas, pareciam-me completamente empedernidas. Cedo, porém, verifiquei que estava enganada. Havia uma diferença entre elas e as crianças educadas. Todavia, quando as conheci, e elas me conheceram, essa diferença se desfez por si mesma. Uma vez dissipada a estranheza da classe em relação ao meu modo de falar, minhas regras e meus processos, vi desabrochar daquelas meninas, aspecto rústico e obtuso, raparigas finamente dotadas. Muitas se mostraram gratas e amáveis para comigo. E entre elas descobri não poucos exemplos de polidez inata, de inata compostura, de excelentes disposições que conquistavam a minha boa vontade e a minha admiração. Estas começaram atransformar o trabalho num prazer. Timbravam no asseio, aprendiam as lições e adquiriam maneiras discretas e justas. (...)
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(*) e tive que, várias vezes, colocar os óculos escuros para esconder as lágrimas que teimavam em sair. Ô, livro que mexe com a gente, viu?
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MEUS BOTÕES ME ACONSELHAM, ME SEGREDAM...
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Meus botões já me aconselharam, em uma certa época, a não me angustiar tanto com quem quer viver dos próprios pesadelos. Agora, me segredaram em sonho: Fulana é ingrata. Acha que quando está na pior todos têm obrigação de ajudá-la. Mas é incapaz de agradecer ou de ajudar os outros quando estes precisam. Então, fazer o quê, né? Nem sempre dá pra encontrar Elizabeths, Annes ou Janes Eyres por aí.
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quarta-feira, março 17, 2010

IRONIA INGLESA
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Depois deste vídeo não tenho mais dúvidas: Jane Austen só poderia ser inglesa! Vejam:
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domingo, março 14, 2010

ANNEs E HÁ BERTHAs MASON
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A literatura tem disto: nos faz conhecer tipos humanos. E quando conhecemos certos tipos humanos apenas pela literatura, temos uma boa noção de como é o personagem pela imaginação. Mas quando conhecemos esse tipo humano que só conhecíamos pela literatura na vida real, aí não é mais a imaginação que está falando por nós - é o reconhecimento desse tipo humano.
Às vezes leio alguns personagens e me pergunto se já conheci alguém desse jeito. Tem personagens que sim; outros que não. Mas as combinações humanas são enormes, então alguém pode parecer, aos meus olhos, um personagem literário, mas com certas variações no comportamento.
Já falei da Anne, de PERSUASÃO, e de como conheci alguém como a Anne - ou que poderia se inspirar mais nela. No mês passado lemos JANE EYRE no grupo Chá com Jane Austen e marquei várias passagens do livro. Uma delas foi a dramática descrição de Rochester sobre como a mulher com quem ele se casou se transformou. Fiquei bem impressionada e me pergunto se alguém já conheceu uma Bertha Mason ou um caso Rochester-Mason. Acompanhe:
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A mulher me envolvia: e, antes que eu soubesse em que terreno pisava, o casamento se realizou. Quanto me desprezo ao recordar isso! Não lhe tinha amor, não a estimara nunca, nem sequer a conhecia! Não me certificara da existência de uma única virtude na sua natureza: nem modéstia, nem benevolência, nem candura, nem finura de espírito e de maneiras - e casei-me com ela, grosseiro, abjeto, toupeira, imbecil que eu era! (...) Eu nunca tinha visto a mãe de minha esposa. pensei que já estivesse morta. Depois da lua-de-mel, verifiquei o engano: era apenas louca, e vivia internada num hospício. Lá também estava o irmão mais moço, mudo e idiota completo. (...) Mesmo quando percebi que o seu gênio era totalmente diverso do meu; que os seus gostos me pareciam censuráveis; que o seu espírito era de trama vulgar, rasteira, estreita e singularmente inapta a alçar-se a fosse o que fosse de mais elevado, incapaz de se expandir num âmbito mais amplo; mesmo quando descobri que ao lado dela não podia passar confortavelmente uma só noite, uma simples hora do dia; que entre nós a palestra cordial se tornava insustentável, porque qualquer que fosse o assunto que eu escolhesse, provocava imediatamente respostas grosseiras ou banais, corruptas, ou cretinas; mesmo quando percebi que não conseguiria ter um lar tranqüilo e estável, porque não havia empregado que suportasse as contínuas explosões do seu gênio violento e irresponsável, ou a hjumilhação das suas ordens absurdas, contraditórias e mesquinhas - mesmo então me contive. (...)
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Assim, igualzinhos na descrição, ainda não conheci nenhum Rochester, nem nenhuma Bertha. Mas sei que não gostaria de estar na pele de nenhum dos dois. E aí está uma outra vantagem da literatura: nos mostrar bons e maus exemplos. Pois se dizem que só quando temos consciência de um defeito é que podemos mudar, então, observando os defeitos dos personagens, podemos vestir nosssas carapuças e fazer um exame de consciência. Estou mais para a sensata e amadurecida Anne ou mais para a perturbada Bertha (ui!) ?
É um exemplo, pois dá para fazer isso com todos os personagens que nos chamam a atenção.
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domingo, março 07, 2010

ESCLARECIMENTO NECESSÁRIO
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Vieram me perguntar se em um determinado post eu estava me referindo a "Fulano de tal". Detalhe: em nenhum momento usei o nome do indivíduo. Mas deduziram que era esse Fulano. "É ele ou não é?"
Assim, minha gente: é e não é. E mais não é do que é. Porque se eu me inspiro em alguém pra escrever um post, essa pessoa foi a inspiração, mas, no momento em que passo para o papel, ou melhor, para a tela do computador, aquela pessoa deixa de ser ela integralmente e passa a ser uma espécie de personagem do blog. Deu pra entender? É que, nessa passagem da vida real para o post, algo se perde daquela pessoa, bem como outras coisas são acrescendas, como um detalhe ou um aspecto literário, por exemplo.
Para todos os efeitos, até posso ter me inspirado em uma certa pessoa. Mas, como dizem: qualquer semelhança, é mera coincidência.
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sábado, março 06, 2010

DO VÍDEO QUE INDIQUEI NO POST ANTERIOR:
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Aparece, logo no começo, esta frase de Samuel Beckett:
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Now I am reading the divine Jane. I think she has much to teach me.
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Pois eu tenho certeza de que ela tem muito a ensinar.
Agora, no grupo CHÁ COM JANE AUSTEN, estamos relendo PERSUASÃO. E um dos tópicos que estamos discutindo é: sobre o que achamos da protagonista Anne. Somos só elogios a ela! Anne tem a maturidade e a admirável discrição (*) da Elinor (de RAZÃO E SENSIBILIDADE), mas, como disse uma das integrantes, tem mais leveza.
Algo que me fez dialogar muito com os meus botões enquanto o lia (PERSUASÃO), é como a Anne se destaca em seu meio. Não um destaque social, um destaque de beleza ou de riquezas, mas um destaque de caráter. E, justamente por ser um destaque de caráter, ela não tem, digamos, aquela áurea de "bem sucedida" que muitos têm (mesmo quando estes não têm nada internamente). As pessoas ao redor são tão medíocres, que também são incapazes de perceber as qualidades da protagonista. Cheguei a comentar isso aqui no Desanuviando (post do dia 1o. de maio de 2009). Este é um dos trechos:
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O jeito como ela encara as situações, como lida com as pessoas, com a própria família. Por exemplo, ela (Anne) está com uma idade que, para pessoas ao redor - e o pai em especial - já não deve mais ter esperanças de se casar. Mas o interessante é que ela não transmite frustração por isso, ou pelo menos não como poderíamos esperar.. Ela tem um espírito até tranqüilo para as pressões de seu meio. Aliás, acho que vi maturidade nisto também: ela se mantém fiel à sua personalidade mesmo em um meio diferente. Esse tema sobre choque de valores, choque entre uma pessoa inserida em um meio distinto, e a importância de não se deixar afundar por um meio, o tenho conversado muito com uns amigos que estão fazendo um curso de filosofia. Então gostei de ter visto essa qualidade em Anne. Ela sabe a família que tem, percebe como são as pessoas ao seu redor, mas permanece tão digna, tão única. E é justamente isso que mais chama a atenção do Cap. Wentworth. (Um parêntese: e talvez porque esteja com esse tema na cabeça – da questão de se manter fiel, mesmo em um meio que, de alguma forma, queira corromper – comecei a pensar que todas as heroínas da Jane Austen têm essa característica. Mesmo Emma se destaca de alguma forma.).
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Sabe por que eu volto a pensar nisso? Porque você não tem uma real dimensão do que a Anne passa enquanto não encontra uma pessoa com as mesmas características que ela, ou que esteja na mesma situação. Você até tem noção, imagina, mas quando você conhece uma "Anne" na vida real, tudo faz muito mais sentido. É o que aconteceu: conheci uma pessoa que está em uma situação muito parecida com a da Anne, neste sentido de diferir da família e do meio em que se encontra. Já comentei com essa pessoa sobre a personagem. E reconheço que não deve ser fácil: você querendo subir, crescer, e todos ao redor te puxando para baixo, te achando "estranho" por ser assim. A maioria sucumbe nesses casos. O meio pode acabar sendo mais forte. Mas eis a divina Jane nos ajudando: ela nos apresenta a Anne, um exemplo de coragem e fortaleza, e mais: de serenidade, que também não é coisa fácil em momentos assim.
Então, "Annes-em-potencial", que andam por aí, precisando de coragem para sair da mediocridade que ronda os meios, as tvs, até mesmo as famílias, LEIAM JANE AUSTEN. Ela tem muito a nos ensinar.
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(*) É até meio redundante escrever assim, pois a discrição é sempre admirável.
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quarta-feira, março 03, 2010

RAPIDINHO (*): GENIASTEN!
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A dica da semana está no link que o Luís Antônio Miscow me enviou. Aqui.
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(*) palavra que mais tenho repetido nos últimos dias!!

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