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sábado, fevereiro 27, 2010

DO MUNDO NADA SE LEVA (You can't take it with you)
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Uma vez, um professor bastante sabido - assim ele se acha - disse para os seus alunos, futuros operadores do direito - óh! -, que eles tinham que ser muito maliciosos na vida.
Ele deve ter levado esse conselho a sério para sua própria vida, pois comentou, em outra aula, que os filmes do Frank Capra eram irônicos. E acrescentou: imagina se um anjo vai aparecer pra te salvar?! (*)
Nem preciso dizer que os meus botões se contorceram na hora. Mas os acalmei, dizendo: fazer o quê? Se a própria malícia tornou-se medida para o seu julgamento?
Acontece que meu julgamento anda mais ingênuo, e fico feliz por isso, pois vejo os filmes do Capra como uma redenção. Como uma tarde leve, em que até a brisa do mar vem dar o ar da graça dentro de casa.
DO MUNDO NADA SE LEVA é baseado em uma peça teatral e, bom, tem o James Stewart no elenco e mais um bando de atores que você viu em A FELICIDADE NÃO SE COMPRA, A MULHER FAZ O HOMEM, O GALANTE MR. DEEDS...todos do Frank Capra. Também tem os mesmos elementos desses outros filmes: o valor da amizade, o materialismo exagerado que faz a pessoa se perder, o retorno aos pequenos prazeres e alegrias da vida.
Em comparação com os demais, achei DO MUNDO NADA SE LEVA o mais engraçado. (Tem cada maluco no filme, que eu vou te contar!)
Mas talvez eu esteja escrevendo besteira: vai ver o Frank Capra tenha sido irônico em querer mostrar um homem de negócios se rendendo ao simples prazer de tocar uma gaita. O ser humano, sem mistérios e sem surpresas, jamais vai se render a pequenos prazeres, nem repensar sua vida...
(Embora - deixe eu falar baixinho - haja malicioso por aí implorando, em seu íntimo, para que um anjo apareça em sua vida. Já vi tipos assim.)
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(*) A respeito do filme A FELICIDADE NÃO SE COMPRA.
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SE FOSSE BOM NÃO SERIA DE GRAÇA...
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Dos conselhos que se ouve de um professor de direito na faculdade, lembro-me de outro.
O professor estava dando um testemunho de como é difícil ser advogado na sociedade: as pessoas te olham de esguelha; a família te acha um chato porque você sempre tem razão; seus amigos deixam de sair contigo porque você vai argumentar contra tudo o que eles disserem etc e tal.
Falou essas coisas e mais um pouco e, daí, repirando fundo, sentenciou:
- Por isso, o conselho que dou para a vida de vocês é: façam terapia.
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quinta-feira, fevereiro 25, 2010

TRANQÜILA...
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Lembro um dos semestres mais puxados que tive: a música Je ne veux pas travailler não saía da minha cabeça. Eu tinha que trabalhar, tinha que acordar cedo, tinha que ir pra faculdade, mas ficava cantarolando Je ne veux pas travailler. Como um mantra. Só pra ter um gostinho ilusório de rebeldia...
Este semestre, como vocês já devem ter imaginado pela escassez de posts desde o início do ano, também estou sobrecarregada de coisas, com o tempo bem corrido. Tendo os meus dias de capina, como diria Augusto Matraga. Mas, dia desses, vi uma cena tão engraçada, onde havia uma música envolvida, que acabei de pegar um fundo musical emprestado para os meus próximos dias de labuta.
Em uma certa repartição pública, vi um funcionário que estava esbravejando contra o Lula, contra o Brasil, contra cenários políticos etc etc. Quando ele terminou, voltou para o seu computador. Toda a sala ficou em silêncio, como que refletindo sobre aquelas críticas. Mas logo em seguida - acho que ele nem se deu conta (e também não sei se mais alguém se deu conta) -, o tal funcionário público começou a cantar sozinho: Tranqüila, levo a vida tranqüila... Ri com os meus botões. E o mais engraçado de tudo é que, depois de ele ter reclamado com toda a sua bile sobre os problemas do Brasil, seu semblante estava tranqüilo, realmente tranqüilo. De quem, apesar de todos esses problemas, deve estar levando a vida de forma tranqüila. Nem que seja de espírito.
Pois quero estar com o espírito como o daquele funcionário público. Apesar de tudo, vou tentar estar tranqüila. E se não conseguir estar 100% tranqüila, vou pensar que os próximo dias de "capina-sob-sol-ardente" serão para que, depois, eu consiga estar como aquele funcionário público: ele tranqüilo; eu... bem tranqüila.
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sábado, fevereiro 20, 2010

POST PARA O SOLDADO RYAN
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Soldado Ryan, você que agora foi salvo - é o que você diz -, então faça por merecer.
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quarta-feira, fevereiro 17, 2010

A PRIMEIRA VIAGEM DE TREM A GENTE NUNCA ESQUECE;
- ou: Registros marcantes da minha primeira viagem de trem;
- ou ainda: Imagens que valem por mil palavras.
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(O caminho)
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(Vagão número 13. )
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(Proibido gritar "u-hu" pra fora do trem!!)
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(A primeira curva)
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(Flores azuis na janela. Diz a guia: É proibido arrancar qualquer tipo de vegetação. Penso com os meus botões: Mas dá uma vontade...)
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Antes de andar de trem, só o imaginava por três fontes: O ASSASSINATO NO EXPRESSO ORIENTE, de Agatha Christie; TREM DE FERRO, de Manuel Bandeira; e O TRENZINHO DO CAIPIRA, de Villa-Lobos. Mas minha experiência no trem não teve nada a ver com esses três trens. ("três trens com três tigres dentro", quase falei...).
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Trem de Ferro (Manuel Bandeira)
Café com pão/ Café com pão/Café com pão/Virge Maria que foi isso maquinista?/Agora sim/Café com pão/Agora sim/Voa, fumaça/Corre, cerca/Ai seu foguista/Bota fogo/Na fornalha/Que eu preciso/Muita força/Muita força/Muita força/(trem de ferro, trem de ferro)/Oô...Foge, bicho/Foge, povo/Passa ponte/Passa poste/Passa pasto/Passa boi/Passa boiada/Passa galho/Da ingazeira/Debruçada/No riacho/Que vontade/De cantar!/Oô...(café com pão é muito bom)/Quando me prendero/No canaviá/Cada pé de cana/Era um oficiá/Oô...Menina bonita/Do vestido verde/Me dá tua boca/Pra matar /minha sede/Oô...Vou mimbora vou mimbora/Não gosto daqui/Nasci no sertão/Sou de Ouricuri/Oô...Vaou depressa/Vou correndo/Vou na toda/Que só levo/ Pouca gente/Pouca gente/Pouca gente...(trem de ferro, trem de ferro)
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TRENZINHO DO CAIPIRA (Heitor Villa-Lobos)
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(peço permissão à pessoa que postou este vídeo no youtube para postá-lo aqui. Foi a melhor versão que encontrei no site de vídeos.)
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terça-feira, fevereiro 09, 2010

"TODO PÉ SUJO TEM O SEU SAPATO VELHO"
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Tive uma colega que sempre repetia essa expressão quando alguém, depois de muito tempo solteiro(a), começava a namorar um namoro-pra-dar-certo
E não é que essa colega tinha razão?
Às vezes a pessoa está sozinha, descrente, acha que nunca mais vai encontrar alguém e...pimba! Aparece uma pessoa que é seu encaixe perfeito, no ouvir e no falar, no compreender defeitos que ninguém mais poderia compreender, no ver aquela qualidade que você sabia que tinha, mas que ninguém enxergava...
Estive pensando nisso por causa de um conhecido. Todo mundo vivia lhe dando conselhos sobre mulheres. Achavam que ele fazia tudo errado com elas. Ele mal começava a namorar e já exigia compromisso-com-promessa-de-casamento. Os namoros não passavam de duas semanas, pois as mulheres ficavam assustadas.
Esse colega também sempre vinha com um papo de que a mulher tinha que ficar cuidando da casa. Ele falava assim, de cara. E os amigos alertavam: não se fala isso de cara; tem que dar tempo pra mulher. Hoje em dia elas querem estudar e trabalhar. Depois que vocês se casarem, ela vê se vai querer trabalhar ou ficar em casa. Mas é ela quem tem que decidir.
Outra coisa que os amigos lhe corrigiam é que ele tinha mania de ler livros, digamos, 'exóticos' e relatá-los aos demais. Mas não só isso: além de relatar, ele testava os ouvintes, pra ver se eles pensavam igual, se concordavam etc.
"De repente" (porque em literatura o "de repente" sempre é sinal de mudança), ele conheceu uma mulher. Mais uma, porque ele não perdia as esperanças. Mas ela, pra surpresa geral da nação, no primeiro dia de namoro, já o obrigou a usar uma aliança de compromisso. E já limpou toda a bagunça da casa dele. E preparou comida... E, pra resumir, estão juntinhos até hoje.
E até hoje... tudo o que ele conta que leu, ela ouve com a maior atenção. E pergunta. E se admira.
Os amigos, aqueles que lhe corrigiam, ainda estão boquiabertos. Não sabem como alguém que precisava de tantos conselhos arranjou alguém que gosta dele do jeito que ele é.
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segunda-feira, fevereiro 08, 2010

COMENTÁRIO FINAL SOBRE JANE EYRE, DE CHARLOTTE BRONTË
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Pra quem acompanha o blog, em janeiro lemos, para o grupo CHÁ COM JANE AUSTEN, o livro Jane Eyre, da Charlotte Brontë. Como neste novo ciclo intercalamos os livros da Jane Austen com romances de outros escritores, estamos com um mês para cada livro, então nem todos já terminaram o da Charlotte (*). Por isso, meus comentários finais ficaram assim, mais gerais. Mas na essência dá pra captar que eu gostei do livro e que o achei bem escrito.
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(*) Charlotte, Jane, Charles...vamos ficando íntimos dos escritores.
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Oi, gente!
Me desculpem o atraso (o bom de a dona do grupo se atrasar é que todos têm uma desculpinha pra se atrasar tb, né? rsrsrs), mas até maio vou estar com os meus dias assim, bem corridos e com certa dificuldade de acessar a internet como acessava antes. O meu consolo é saber que, apesar de toda a correria e todas as obrigações do dia-a-dia, tenho um cantinho onde encontro pessoas com quem posso falar de literatura e da querida Jane Austen. Isso dá um ânimo extra!!!
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Em primeiro lugar, SUSI TREVISAN, seja bem-vinda ao grupo CHÁ COM JANE AUSTEN. Este ano estamos no "segundo ciclo" do grupo, onde intercalamos os livros da Jane com outros romances. Em janeiro, acabamos de ler JANE EYRE, da Charlotte Bronte. O bom é que vc já leu. Se quiser enviar algum comentário sobre esse livro, ainda dá tempo. E agora em fevereiro é a vez de PERSUASÃO. Com o meu tempo corrido de agora, e como já li os livros da Jane Austen no ano passado, vou pular direto para O MORRO DOS VENTOS UIVANTES, que é o livro do mês de março. Mas gosto tanto de PERSUASÃO, que vou adorar acompanhar e interagir com os comentários que vcs enviarem. Sinta-se à vontade para enviar suas impressões sobre o livro.
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INDIRA E MARCIA, sabe o que eu adorei nos comentários de vcs? É que vcs deram um exemplo de como é pra ser o comentário final: bem livre. Cada uma comentou do jeito que lhe pareceu melhor, e ambos comentários ficaram ótimos. É impressionante como cada pessoa se sente atraída por algum detalhe específico do livro e acaba dando nova luz à interpretação.
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A minha edição de Jane Eyre é da Editora Itatiaia. Achei uma boa tradução, mas em algumas passagens fiquei curiosa para ver como era o original. É que algumas passagens me pareceram extremamente formais, mais especificamente, passagens que mostravam falas do personagem. Daí não ficava tão natural. Mas, no geral, nada que comprometesse o sentido da história.
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Sei que algumas pessoas ainda não terminaram de ler o livro, então vou tomar cuidado pra não revelar nada do final. Mas adianto que é interessante ler Charlotte Brontë depois de ter lido os seis livros da Jane Austen. Como tinha dito em outro email, as duas são ótimas escritoras, mas têm tantas diferenças no estilo. Não encontrei, em Jane Eyre, passagens que me fizessem rir como nos livros da Jane Austen. Aquelas ironias da Austen desaparecem em Bronte, mas, em compensação, esta sempre deixa umas impressões no ar, algumas sutilezas que captamos, quando a autora não é - ou não quer ser - explícita. O modo como a protagonista Jane Eyre vai se apresentando, e apresentando sua mudança e seu amadurecimento, é muito bom. De garotinha que se rebelava a uma moça mais centrada, tentado racionalizar seus "devaneios", tentado se controlar. A personagem fica bem "viva" para o leitor.
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Quanto ao Rochester, comentário hiper pessoal: acho-o uma figura rara. Também bem diferente "dos homens" da Jane Austen. Meio grosseirão, meio inconstante. Sabe o que é o 'bem', até admira o 'bem', mas sabe que nem sempre andou na trilha do 'bem'. Personalidade interessante. Tentei lembrar se, naquele tópico sobre o "melhor homem da literatura" alguma de vcs chegou a mencioná-lo como favorito. Alguém lembra?
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Terminado o livro, fiquei curiosa pra ver o filme. Vi no blog da Marcia que até o Orson Welles estreou em uma das versões. Fiquei curiosa para vê-lo no filme, pois de cara achei que ele combina com o Rochester!
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Bom, gente, uma ótima semana a todos!
Grande abraço,
Rebeca
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p.s.para INDIRA: por acaso esta é uma das passagens a que vc se refere (é uma das passagens que marquei, pois é o tipo de pensamento que a gente acha que não poderia aparecer em uma mulher daquela época, por pensar que todas as mulheres eram submissas....ledo engano!): É em vão que se aconselha sossego aos seres humanos. Eles precisam de ação. E têm que agir, se quiserem a ação. Milhões estão condenado a um destino mais estagnado do que o meu e em silêncio mulhões se revoltam contra a sorte. Ninguém imagina quantas rebeliões, além das políticas, fermentam as massas que povoam a terra. Têm-se as mulheres como entes passivos; e elas, todavia, sentam tanto quanto os homens. Tanto quanto os seus irmãos, necessitam de campo onde exercitam as suas faculdades. As mulheres penam nos constrangimentos exagerados na inércia absoluta, precisamente como os homens sofreriam nas mesmas condições. E é pobreza de espírito dos seus privilegiados companheiros dizer que elas devem limitar-se a fazer pudins, cerzir meias, tocar piano e bordar almofada. Condená-las, ou ridicularizá-las se agem ou aprendem mais do que o preconceito permite ao seu sexo - constitui uma insensatez. (cap. XII)
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quarta-feira, fevereiro 03, 2010

"RAPIDINHO"
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Pessoas mais próximas de mim pegam no meu pé, pois tenho mania de falar "rapidinho". É que além de falar várias vezes a palavra "rapidinho", geralmente a uso em um contexto onde vou me atrasar um pouco. Ou seja, tentando ganhar tempo, quando todos ao meu redor estão apressados, eu digo "rapidinho" e continuo me arrumando ou finalizando algo que estava fazendo. Bom, pelo menos é isso o que eles dizem. Não sei de onde as pessoas tiram essas análises... Enfim, só sei que começaram a pegar ainda mais no meu pé quando minha priminha temporana, que vez ou outra imita algo de mim, falou "rapidinho" para o pai quando ele a chamou para lanchar. O detalhe é que ela falou "rapidinho" enquanto jogava vídeo-game. E ficou mais meia hora jogando e respondendo "rapidinho" aos insistentes chamados do pai. Essas pessoas a que me referi, as que analisam as situações, disseram que ali estava a prova de que o meu "rapidinho" é só pra enrolar. Minha priminha temporana é tão esperta, que até a malícia da coisa ela pegou - e imitou - , dizem eles.

Conto isso hoje pra dizer que vim aqui "rapidinho". Mas com esse "rapidinho" não estou querendo ganhar tempo, nem enrolar; somente dizer que vim aqui rápido, por alguns instantes, e que já estou de saída. Novamente.

E mais: continuo no TEMPORARIAMENTE FORA. A previsão é de que eu continue assim até abril (*), se eu agüentar. (E se não agüentar (**), virei aqui esporadicamente.)

De qualquer maneira, deixo um abraço a todos os leitores. Bons ventos, como diz a bruxa, dona daquele brechó. E ventos refrescantes, pelarmordeDeus! Pois até eu que amo o calor e só tomo água de coco na temperatura natural, hoje pedi pro rapaz do coco colocar "meio a meio": metade de água de coco natural; metade gelada.

Fui.

(*) Geralmente quando digo que vou ficar um tempo sem postar, algum post teimoso resolve aparecer.

(**) Reparem nas tremas. Como são lindas: "agüenta", "cinqüenta", "freqüenta"... Amo tremas! ... Continuo odiando a reforma ortográfica!!!

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Ah! Só mais uma coisa...Rapidinho (***)!
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Hoje o Google está homenageando o fotógrafo e pintor Norman Rockwell, aquele que fez umas ilustrações cotidianas que são uma graça. Veja a imagem abaixo e logo você vai se lembrar de as ter visto.

Se tem um talento que eu gostaria de ter é saber desenhar. Como não tenho, fica uma amostra do talento de quem sabia.
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(Sunset)
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(***) Quando a vida começa a me apressar, tenho vontade de dizer "rapidinho" pra ela e continuar no meu ritmo. Tenho vontade até de dizer pro meu despertador - "rapidinho" - e terminar o meu sono gostoso. Mas ele não espera...
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