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sábado, novembro 29, 2008

RECEBI POR EMAIL - Sobre a situação de Santa Catarina
(Eu acredito que este Estado dará mais um exemplo ao nosso país. Foi assim que Santa Catarina surgiu: com a vinda de pessoas que, apesar de não saberem o nosso idioma, e de se encontrarem em uma circunstância cheia de restrições, eram trabalhadoras, corajosas e dignas. Vieram para povoar e não para explorar, então fizeram daqui um pedaço do lar que traziam na saudade. Que o espírito dos bravos antepassados permaneça entre nós, nos dando coragem para recomeçar.)
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COMEÇAR DE NOVO
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Eu tinha medo da escuridão
Até que as noites se fizeram longas e sem luz
Eu não resistia ao frio facilmente
Até passar a noite molhado numa laje
Eu tinha medo dos mortos
Até ter que dormir num cemitério
Eu tinha rejeição por quem era de Buenos Aires
Até que me deram abrigo e alimento
Eu tinha aversão a Judeus
Até darem remédios aos meus filhos
Eu adorava exibir a minha nova jaqueta
Até dar ela a um garoto com hipotermia
Eu escolhia cuidadosamente a minha comida
Até que tive fome
Eu desconfiava da pele escura
Até que um braço forte me tirou da água
Eu achava que tinha visto muita coisa
Até ver meu povo perambulando sem rumo pelas ruas
Eu não gostava do cachorro do meu vizinho
Até naquela noite eu o ouvir ganir até se afogar
Eu não lembrava os idosos
Até participar dos resgates
Eu não sabia cozinhar
Até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome
Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras
Até ver todas cobertas pelas águas
Eu tinha orgulho do meu nome e sobrenome
Até a gente se tornar todos seres anônimos
Eu não ouvia rádio
Até ser ela que manteve a minha energia
Eu criticava a bagunça dos estudantes
Até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos solidárias
Eu tinha segurança absoluta de como seriam meus próximos anos
Agora nem tanto
Eu vivia numa comunidade com uma classe política
Mas agora espero que a correnteza tenha levado embora
Eu não lembrava o nome de todos os estados
Agora guardo cada um no coração
Eu não tinha boa memória
Talvez por isso eu não lembre de todo mundo
Mas terei mesmo assim o que me resta de vida para agradecer a todos
Eu não te conhecia
Agora você é meu irmão
Tínhamos um rio
Agora somos parte dele
É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio
Graças a Deus
Vamos começar de novo.
Anônimo
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Meus amigos,
Hoje 27 de novembro de 2008 o sol saiu e conseguimos voltar a trabalhar. A despeito de brincadeiras e comentários espirituosos normais sobre esta "folga forçada" a verdade é que nunca me senti tão feliz de voltar ao trabalho. Não somente pelo trabalho, pela instituição e pela própria tranqüilidade de ter aonde ganhar o pão, mas também por ser um sinal de que a vida está voltando ao normal aqui na nossa Itajaí.
As fotos que circulam na internet e os telejornais já nos dão as imagens claras de tudo que aconteceu então não vou me estender narrando e descrevendo as cenas vistas nestes dias. Todos vocês já sabem de cor. Eu quero mesmo é falar sobre lições aprendidas.
Por mais que teorias e leituras mil nos falem sobre isso ainda é surpreendente presenciar como uma tragédia desse porte pode fazer aflorar no ser humano os sentimentos mais nobres e os seus instintos mais primitivos. As cenas e situações vividas neste final de semana prolongado em Itajaí nos fizeram chorar de alegria, raiva, tristeza e impotência. Fizeram-nos perder a fé no ser humano num segundo, para recuperar-la no seguinte. Fez-nos ver que sempre alguém se aproveitará da desgraça alheia, mas que também é mais fácil começar de novo quando todos se dão as mãos.
Que aquela entidade superior que cada um acredita (Deus, Alá, Buda, GADU etc.) e da forma que cada um a concebe tenha piedade daqueles:
- Que se aproveitaram a situação para fazer saques em Supermercados, levando principalmente bebidas e cigarros
- Que saquearam uma farmácia levando medicamentos controlados, equipamentos e cofres e destruindo os produtos de primeira necessidade que ficaram assim como a estrutura física da mesma.
- Que pediam 5 reais por um litro de água mineral.
- Que chegaram a pedir 150 reais por um botijão de gás.
- Que foram pedir donativos de água e alimentos nas áreas secas pra vender nas áreas alagadas.
- Que foram comer e pegar roupas nos centros de triagem mesmo não tendo suas casas atingidas.
- Que esperaram as pessoas saírem das suas casas para roubarem o que restava.
- Que fizeram pessoas dormir em telhados e lajes com frio e fome para não ter suas casas saqueadas.
- Que não sentiram preocupação por ninguém, algo está errado em seu coração.
- Que simplesmente fizeram de conta que nada acontecia, por estarem em áreas secas.
Da mesma forma, que essa mesma entidade superior abençoe:
- Aqueles que atenderam ao chamado das rádios e se apresentaram no domingo no quartel dos bombeiros para ajudar de qualquer forma.
- Os bombeiros que tiveram paciência com a gente no quartel para nos instruir e nos orientar nas atividades que devíamos desenvolver.
- A turma das lanchas, os donos das lanchinhas de pescarias de fim de semana que rapidamente trouxeram seus barquinhos nas suas carretas e fizeram tanta diferença.
- À equipe da lancha, gente sensacional que parecia que nos conhecíamos de toda uma vida.
- Aos soldados do exército do Paraná e do Rio Grande do Sul.
- Aos bravos gaúchos, tantas vezes vitimas de nossas brincadeiras que trouxeram caminhões e caminhões de mantimentos.
- Aos cadetes da Academia da Polícia Militar que ainda em formação se portaram com veteranos.
- Aos Bombeiros e Policias locais que resgataram, cuidaram , orientaram e auxiliaram de todas as formas, muitas vezes com as suas próprias casas embaixo das águas.
- Aos Médicos Voluntários.
- Às enfermeiras Voluntárias.
- Aos bombeiros do Paraná que trabalharam ombro a ombro com os nossos.
- Aos Helicópteros da Aeronáutica e Exercito que fizeram os resgates nos locais de difícil acesso.
- Aos incansáveis do SAMU e das ambulâncias em geral, que não tiveram tempo nem pra respirar.
- Ao pessoal do Helicóptero da Polícia Militar de São Paulo, que mostrou que longo é o braço da solidariedade.
- Ao pessoal das rádios que manteve a população informada e manteve a esperança de quem estava isolado em casa.
- Aos estudantes que emprestaram seus físicos para carregar e descarregar caminhões nos centros de triagem.
- Às pessoas que cozinharam para milhares de estranhos.
- Ao empresário que não se identificou e entregou mais de mil marmitex no centro de triagem.
- A todos que doaram nem que seja uma peça de roupa.
- A todos que serviram nem que seja um copo de água a quem precisou.
- A todos que oraram por todos.
- Ao Brasil todo, que chorou nossos mortos e nossas perdas.
- Aos novos amigos que fiz no centro de triagem, na segunda-feira.
- A todos aqueles que me ligaram preocupados com a gente.
- A todos aqueles que ainda se preocupam por alguém.
- A todos aqueles que fizeram algo, mas eu não soube ou esqueci.
É hora de recomeçar, e talvez seja hora de recomeçar não só materialmente. Talvez seja uma boa oportunidade de renascer, de se reinventar e de crescer como ser humano.
Pelo menos é a minha hora, acredito.
Que Deus abençoe a todos.
Atenciosamente,
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(não veio com o nome do autor)
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quinta-feira, novembro 27, 2008

"TEMPO DE DELICADEZA"
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Recebi de uma amiga muito querida o texto Tempo de Delicadeza, de Affonso Romano de Sant'Anna.
Tenho quase certeza de que tenho este texto recortado do jornal (se não me engano, do jornal O Globo, da coluna que ele tinha lá - não sei se ainda tem...). Está em alguma gaveta minha, à espera de uma limpa. (Há sempre uma gaveta interna à nossa espera; sempre temos o que limpar da alma...).
Não vou transcrever o texto todo, mas somente uns trechos. Vale a pena:
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Sei que as pessoas estão pulando na jugular uma das outras.
Sei que viver está cada vez mais dificultoso.
Mas talvez por isso mesmo ou, talvez, devido a esse maio azulzinho, a esse outono fora e dentro de mim, o fato é que o tema da delicadeza começou a se infiltrar, digamos, delicadamente nesta crônica, varando os tiroteios, os seqüestros, as palavras ásperas e os gestos grosseiros que ocorrem nas esquinas da televisão e do cinema com a vida.
Talvez devesse lançar um manifesto pela delicadeza. Drummond dizia: "Sejamos pornográficos, docemente pornográficos". Parece que aceitaram exageradamente seu convite, e a coisa acabou em "grosseiramente pornográficos". Por isso, é necessário reverter poeticamente a situação e com Vinícius de Morais ou Rubem Braga dizer em tom de elegia ipanemense:
Meus amigos, meus irmãos, sejamos delicados, urgentemente delicados.
Com a delicadeza de São Francisco, se pudermos.
Com a delicadeza rija de Gandhi, se quisermos.
(...)
Esta aí: porque somos ferozes precisamos ser delicados. Os que não puderem ser puramente delicados, que o sejam ferozmente delicados.
(...)
Confesso que buscando programas de televisão para escapar da opressão cotidiana, volta e meia acabo dando em filmes ingleses do século passado. Mais que as verdes paisagens, que o elegante guarda-roupa, fico ali é escutando palavras educadíssimas e gestos elegantemente nobres. Não é que entre as personagens não haja as pérfidas, as perversas. Mas os ingleses têm uma maneira tão suave, tão fina de serem cruéis, que parece um privilégio sofrer nas mãos deles.
Tudo é questão de estilo.
(...)
Penso nos grandes delicados da história. Deveriam começar a fazer filmes, encenar peças sobre os memoráveis delicados. Vejam o Marechal Rondon. Militar e, no entanto, como se fora um místico oriental, cunhou aquela expressão que pautou seu contato com os índios brasileiros: "Morrer se preciso for, matar nunca".
(...)
Mas de novo vos digo: sejamos delicados. E, se necessário for, cruelmente delicados.
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O texto completo você pode ler aqui.
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Não sei se resisto, mas devo ficar um tempo fora. Até a volta.
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quarta-feira, novembro 26, 2008

ESTOQUE DE ESTUDANTE
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Meu amigo é gaúcho, mas está morando em Santa Catarina por causa dos estudos. A mãe, preocupada com as notícias da chuva que viu pela televisão, ligou para ele aconselhando-o a fazer um estoque de comida em casa porque os caminhões não estão transitando.
Obediente, ele foi ao supermercado. E comprou vários pacotes de "miojo".
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PORQUE HOJE É QUARTA (MAS PODERIA SER TERÇA, QUINTA, SEXTA...), E A PREVISÃO AINDA É DE CHUVA, UM POUCO DA POETISA QUE ESCREVEU OS MEUS POEMAS:
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CIDADE
Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.
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Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
(Sophia de Mello Andresen. Perguntei para uma das portuguesas que estuda comigo se ela gostava da Sophia. Ela disse que adorava: "meio espiritualizada, meio politizada"... E eu acrescentei: "e amava o mar". Ela disse: "sim, viveu o mar".)
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terça-feira, novembro 25, 2008

COMENTÁRIO DE UM PRATICAMENTE-FÃ DA JANE AUSTEN...
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"Todas as mulheres deveriam ler Jane Austen, os homens de bom gosto e sensibilidade agradecem."
(com os devidos *créditos* para ti, rapaz!)
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25 de novembro - dia de Santa Catarina de Alexandria
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Photobucket
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Sábia Santa Catarina, ore por nós e por nosso Estado.
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sábado, novembro 22, 2008

NOTÍCIAS DO CHÁ COM JANE AUSTEN:
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Com o tempo corrido (acho que só não estou mais ocupada que a minha priminha temporana), não tenho conseguido entrar aqui. Mas venho rapidamente para deixar duas notícias do Chá.
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A primeira é que faremos um amigo-oculto. Algo totalmente novo para mim, pois nunca tinha visto (nem imaginado) um amigo secreto pelo computador. Mas há um site especializado nisso. É o www.amigosecreto.com.br Ele se encarrega do sorteio e da revelação. Mais uma diversão que o CHÁ nos traz.
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A segunda é uma notícia que a Adriana nos trouxe. Compartilho com vocês:
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Eu encontrei essa matéria na net e resolvi traduzir para o deleite dos fãs brasileiros de Jane Austen.
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O texto abaixo é uma tradução resumida do artigo de Nathan Burstein: "Mr. Darcy's Israeli Makeover".
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E eis que Mr. Darcy se encontra com Alona Sadeh!!! Como assim? E a Lizzie Bennet?
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Um rede de tv à cabo de Israel está se aventurando no território da BBC com uma adaptação de Orgulho e Preconceito de Jane Austen. No entanto, a ação se passa na Israel do século 21 e foi planejada em uma minissérie de seis capítulos a serem exibidos no ano que vem. A minissérie será ambientada na Galiléia ao invés da Inglaterra rural, além de carros que obviamente substituirão as carruagens, segundo o canal de TV.
Nesta versão, o romance entre Elizabeth Bennet e Mr. Darcy será vivido por personagens com nomes isralenses como Alona Sadeh e Nimrod Artzi. Além de se chamar Nimrod Artzi, o Mr. Darcy isralense trabalhará com alta tecnologia ao invés do proprietário de terras da versão original de Austen. A produção será escrita e dirigida por Irit Linor, que recentemente terminou a tradução em Hebreu de Orgulho e Preconceito. Para o papel do par romântico principal: Yael Hadar (atriz famosa em novelas) e Dan Shapira (ator de tv).
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Fotos no blog: www.janeaustenclub.blogspot.com
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Adri
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Um bom final de semana a todos (ainda com muito orgulho e preconceito...até 30 de novembro!)
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P.S. DE FIM DE TARDE CHUVOSA...
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Estou na sala e um dos meus irmãos acabou de passar por aqui cantando uma música do Milton Nascimento. Meu antigo amigo Sanderson certa vez me disse que entrou em um site alemão, e o dono do site dizia que valia a pena aprender português para poder ler as canções desse cantor. Fui olhar a letra da música que meu irmão cantava e acho que o alemão estava certo: as músicas do Milton Nascimento são dignas da nossa língua. Veja:
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QUEM SABE ISSO QUER DIZER AMOR
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Milton Nascimento
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Cheguei a tempo de te ver acordar
Eu vim correndo à frente do sol
Abri a porta e antes de entrar
Revi a vida inteira
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Pensei em tudo que é possível falar
Que sirva apenas para nós dois
Sinais de bem, desejos vitais
Pequenos fragmentos de luz
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Falar da cor dos temporais
Do céu azul, das flores de abril
Pensar além do bem e do mal
Lembrar de coisas que ninguém viu
O mundo lá sempre a rodar
E em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor,
Estrada de fazer o sonho acontecer
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Pensei no tempo e era tempo demais
Você olhou sorrindo pra mim
Me acenou um beijo de paz
Virou minha cabeça
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Eu simplesmente não consigo parar
Lá fora o dia já clareou
Mas se você quiser transformar
O ribeirão em braço de mar
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Você vai ter que encontrar
Aonde nasce a fonte do ser
E perceber meu coração
Bater mais forte só por você
O mundo lá sempre a rodar,
E em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor,
Estrada de fazer o sonho acontecer
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domingo, novembro 16, 2008

E eu achava que era a única sem tempo neste final de ano...
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Sempre que tenho um email bonitinho, com imagens e mensagem, envio para a minha priminha temporana. Ela está com 9 (ou 10?...) anos.
Acontece que há tempos não recebia uma resposta dela. Mandei um email perguntando se ela estava recebendo os meus emails. Eis a sua resposta:
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- Sabe o que é? É que que às vezes eu ando tão ocupada que não dá para ver meus emails. Mas gostei de todos.
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E eu pergunto para os meus botões: pode uma coisa dessas?
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quarta-feira, novembro 12, 2008

Nesta semana em que estava quase saindo de órbita...
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foi o testemunho da Indira, uma das participantes do CHÁ COM JANE AUSTEN, que me salvou:
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Pessoal. Só uma rápida confissão. O & P é meu bálsamo! Nestes tempo de correria e estresse, quando meu cérebro está a ponto de explodir, eu paro, respiro fundo e leio um capítulo de O & P. Somente um grande livro pra não perder o seu encanto depois de tantas leituras. Por mais que já saibamos o final, isto não diminui em nada a expectativa em alcançá-lo. O & P é omelhor livro de todos os tempo.
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Compartilho da mesma opinião dela! Esta foi a minha resposta:
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(...) no meio da correria, Jane Austen é um bálsamo mesmo. Aliás, ler os emails que mandam pro grupo tb tem sido. É o momento em que deixo todas as obrigações, todas as correrias de lado, e vivo só coisas prazerosas. E Orgulho e Preconceito ainda tem um poder especial sobre mim: sempre que o leio, coisas boas acontecem na minha vida. Por isso vou reler este livro sempre! :-)
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Tenha sempre a Jane Austen por perto!
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domingo, novembro 09, 2008

O PRIMEIRO VÍDEO DO YOUTUBE QUE COLOCO AQUI NÃO PODERIA SER MELHOR!
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Entrei num blog que fazia menção a Jane Austen (http://marianerdeira.blog.br/) e, vasculhando outros posts, vi este clip. Fiquei com um sorriso na alma que não quer mais sair! Já o vi e revi várias vezes. Adorei a música e, mais ainda, o clip. Uma graça! Bom domingo a todos! (Alguém se anima a dançar como ele?)
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(I'D Rather Dance With You, da dupla norueguesa Kings of Convenience)
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sábado, novembro 08, 2008

COM OS MEUS BOTÕES:
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As aves d'A Minha Aldeia (ver post do dia 16 de janeiro de 2007) ficam voando como quem não quer nada, mas elas tudo vêem e tudo sabem. Incrível...
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AQUELAS MÃE E FILHA
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Um dia da semana passada, a mãe com rosto da Fanny Ardant e a filha bem alvinha (ver post do dia 02 de setembro de 2008) brincavam enquanto o nosso ônibus não vinha. A filha estava sentada no colo da mãe e esta disse que era a bruxa malvada:
- Eu sou a bruxa malvada; não gosto de crianças!
E a menina, rindo, respondeu:
- Eu adoro a bruxa malvada! - e se deitou cheia de dengo no colo da mãe.
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p.s.: eu sabia que elas eram "bruxinhas"!
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PARA QUEM É D'A MINHA ALDEIA:
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A ópera deste ano, caríssmo, é O Elixir do Amor. Os lugares estavam acabando, mas, como sabes, conseguimos os nossos.
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ESSES MÉDICOS...
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Terça e quarta tive uma sinusite fortíssima. Primeiro achei que fosse algum problema nos olhos, pois mal conseguia mexê-los; só depois me dei conta de que era sinusite mesmo. Na quinta, já agoniada, chamei minha "curandeira" (aconselho ter uma sempre por perto). Ela fez um reiki em mim e, na hora, comecei a sentir alívio. Também tomei um chá com limão, gengibre, alho, mel, casca de laranja, asa de morcego, ops, ops, volta!, e inalei um óleo de menta. Fiquei sem dor. Mesmo assim, na sexta fui ao médico. Falei da dor que tinha sentido, e ele pediu para eu tirar um raio x da região, pois, pela descrição da dor, seria provável que eu estivesse com uma sinusite crônica. Resultado do raio x: estava com tão pouca sinusite que nem compensaria tomar antibiótico. O médico disse que meu organismo reagiu rápido, e eu falei, com a maior cara de inocência, mas com toda malícia por dentro, só para testar o ceticismo dele:
- É que eu recebi reiki. Foi quando a dor parou.
O médico me olhou sério e disse:
- É, mas tem que tomar remédio. Bom, não desta vez.
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ESTA SEMANA, CONHECI A RAQUEL (do site http://janeausten.com.br). Eis a foto que tiramos juntas:
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(foto tirada pela Raquel. Eu ia comprar o RAZÃO E SENSIBILIDADE em português e, por coincidência, ela estava com o mesmo livro na bolsa (mas o dela foi traduzido como RAZÃO E SENTIMENTO). Quisemos registrar o momento.)
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PARA A RAQUEL, QUE EU DESCOBRI QUE GOSTA DA IRLANDA; PARA A JOICE, QUE VAI GOSTAR DO JOHN O'DONOHUE; E PARA QUEM GOSTAR DE FADAS:
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Na tradição irlandesa, existem muitas histórias de músicos que aprenderam algumas das nossas mais belas melodias com as fadas, por exemplo, a melodia Port na bpúcái. Essa música com freqüência tem uma beleza recorrente que parece inspirada além dos limites do humano. Em County Clare, um velho e famoso rabequista sempre tocava uma melodia especial e afirmava que ela surgiu em uma visita vinda do outro mundo. As fadas podiam usar a casa de uma pessoa, enquanto toda a família dormia, na cama. Com freqüência, os seres humanos eram levados ao mundo das fadas. As fadas eram invisíveis mas, se o permitissem, uma pessoa poderia vê-las. (John O'Donohue, em ECOS ETERNOS).
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Aqui, a música que as fadas ensinaram.
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quinta-feira, novembro 06, 2008

Um dia, quando for velhinha...
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Vou estar passeando com a minha neta adolescente e vou encontrar uma outra velhinha, "antiga amiga da vó".
Essa amiga vai estar de passagem pelo Brasil, pois já terá que voltar para um cruzeiro, onde há anos passa férias (aliás, onde há anos mora, praticamente). Vou apresentá-la à minha neta e, assim que nos despedirmos, direi:
- Essa amiga da vó foi uma das minhas melhores amigas. Ela e uma terceira, íamos à praia no final da tarde, ríamos o tempo todo, tirávamos fotos do mar, dos pássaros, das borboletas, do eclipse; voltávamos já de noite, ouvindo e cantando música no rádio do carro. Não tinha tempo ruim para a gente. Mesmo quando chovia, adorávamos ficar na praia. Mas essa amiga tinha o espírito muito aventureiro; era a mais aventureira de nós três. Estava sempre pesquisando sobre trabalhos em Dubai, em Madri, em Pádua, em Johannesburgo... Um dia, ela viu o anúncio para trabalhar em um cruzeiro. O espírito dela se animou na hora. Era a chance de conhecer todos os lugares com que sempre sonhou. Resumindo: ela foi contratada! Arrumou as malas, se vestiu de coragem e foi; os amigos ainda fizeram uma festa surpresa de despedida...Ela conheceu todos os oceanos, todos os continentes, deixou um amor em cada porto e tirou foto de todas as borboletas que encontrou no caminho...
Minha neta, pelas agitações da adolescência, vai olhar para a velhinha-amiga-da-vó cheia de admiração, tentando imaginar todas as histórias daquela aventureira. E eu vou lembrar com saudades daqueles mágicos momentos de amizade e descontração na praia.
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Para a querida amiga "borboletinha", que vai deixar muitas saudades. Vai com Deus, amiga, boa viagem, bons ventos e contemple muito o mar por nós!
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Photobucket
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quarta-feira, novembro 05, 2008

Síndrome Regina Duarte: QUE MEDO!
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"Vocês sentirão uma luz vindo do alto, experimentarão uma epifania e uma voz de dentro lhes dirá: Eu tenho de votar em Barack Obama" (frase de Barack Obama)
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Quando vejo todo esse alvoroço por causa de um político, como se ele fosse um salvador da pátria, coloco a mão na testa, balanço a cabeça em desaprovação e digo baixinho para os meus botões o que os evangélicos não cansam de repetir: Só Jesus salva...
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MAS MUDANDO DE ASSUNTO...
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Já que hoje daria metade do meu reino por uma praia, sem notícias de políticos astronômicos, um poema:
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CANTIGA
Nas ondas da praia
Nas ondas do mar
Quero ser feliz
Quero me afogar.
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Nas ondas da praia
Quem vem me beijar?
Quero a Estrela D'alva
Rainha do mar.
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Quero ser feliz
Nas ondas do mar
Quero esquecer tudo
Quero descansar.
(MANUEL BANDEIRA)
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segunda-feira, novembro 03, 2008

"MINHA CRIANÇA"
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Texto do Artur da Tavola que recebi por email de uma nova amiga, a querida Joice. Fiquei emocionada com o texto. No email, a Joice comentou sobre o Artur da Távola: "parecia que tinha mesmo muita vida interior!".
É verdade. Quando soube de seu falecimento, este ano, fiquei sentida, pois me lembro daquele programa sobre música que ele apresentava na TV SENADO. Não sei se ainda existe. Era todo domingo de manhã, e ele falava em uma linguagem tão simples e tão agradável ao mesmo tempo. Foi uma grande perda para o Brasil - que, infelizmente, mal se deu conta dessa perda.
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Minha criança
Peço licença para falar na minha criança, a que mora aqui dentro e não me abandonará jamais. Talvez com a morte eu até regresse a ela. Os quase setenta anos que dela me separam não a removem. Ela ali está, magra e tímida, a me olhar e ditar comportamentos e reações. Minha criança esteve em todos os meus filhos e aparece no meus sete netos. Ela se refaz da morte da irmã e abre os olhos para o mundo, com a certeza de que veio ao mundo para alguma missão, embora sempre se considere inferior ao tamanho da mesma. Minha criança sente enorme saudade de pai e da mãe com quem o adulto já não conta salvo no exemplo, na saudade e nas orações quando me domina uma fugidia sensação de estarem, incorpóreos, a meu lado, mas sem se manifestarem. Minha criança possui incomensuráveis solidões diante do mistério do infinito. Ainda recua diante do violento, embora não o tema, e ainda se infiltra em episódios de distração e inocência inexplicáveis num homem com minha carga de vivências. Minha criança ainda gosta de abraço caloroso, proteções misteriosas e de um modo de rezar que o adulto nunca mais conseguiu tais a entrega e a total confiança no mistério e na proteção de Deus. Minha criança carrega o melhor de mim, é portadora de meu modo triste de falar de coisas alegres e de algum susto misterioso sempre que se lhe impõe alguma expectativa d enfermidade. Minha criança é inteira, mansa, bondosa e linda. Eu a amo, preservo, e dou boas gargalhadas quando a vejo infiltrar-se nas graves decisões de algumas de minhas responsabilidades adultas. Ninguém a vê, salvo eu. Ninguém a acaricia, salvo eu, que a estimo, procuro e admiro mais a cada dia e com quem converso histórias infinitas, que somente a imaginação pode conceber no universo maravilhoso da fabulação interior e solitária. Diariamente passeio com minha criança e estou muito feliz por cumprimentá-la, levar-lhe balas, nuvens, aquele cão da meninice, as canções de minha mãe e os carinhos de meu pai, levar-lhe os presentes que ganhava de meu padrinho e toda a enorme vontade de Ser que então adivinhava para a minha vida. Vida que chegou, ameaça passar, e da qual não me arrependo. Minha criança adivinhou em seus sonhos o adulto que eu queria ser. E traz alegria e esperanças à minha idade atual. Hoje sou, há muito tempo, o adulto que sonhei ser. Talvez com menos tensões, mas igualzinho em meu modo de amar a vida.
Artur da Távola
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domingo, novembro 02, 2008

OS QUE NÃO GOSTAM DO MR. DARCY...
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Neste domingo de chuva, quis começar bem o dia lendo os emails do CHÁ COM JANE AUSTEN (agora com 60 pessoas).
Para a minha surpresa, encontro o email de alguém (um homem) que não é do grupo, mas que fez questão de enviar o seguinte comentário:
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Hum, não sei não, mas não consigo levar esse tal de Mr. Darcy a sério ;)
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E, logo abaixo, o link de um vídeo. É este aqui. Entre e depois volte ao blog.
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Mandei na hora este vídeo para o grupo. Vou ver o que as meninas vão comentar. Mas já imagino, por parte das fãs do Mr. Darcy, adjetivos do tipo: despeitados, ciumentos etc etc.
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Uma senhora me disse: ih, quando começarem a ler Orgulho e Preconceito, vai ser um tititi das mulheres por causa do Mr. Darcy. Foi o que aconteceu.
Imagino que o próximo tititi vá ocorrer quando lermos Persuasão. Ainda mais depois de termos visto o vídeo que a querida Adriana Zardini, integrante do grupo, fez no youtube, e que mostra bem a figura de um certo Capitão Frederick Wentwoth. Aqui. (Um comentário dos meus botões: os homens deveriam voltar a usar chapéus. É tão galante.)
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