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sexta-feira, fevereiro 29, 2008

A SIMPLICIDADE POÉTICA DOS PESCADORES. Sem mais.
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(foto tirada por meu amigo RAFAEL BERARD, em uma dessas "trilhas de amor ao mar", em que tinha esquecido a minha máquina. "Rafa, capricha na foto desse barco! Ele vai virar papel de parede!". O Rafa, que é ótimo com as imagens, tirou a foto e me mandou pelo MSN. No dia, deu algum problema com o envio da foto, e achei que não tivesse recebido. Nunca mais a encontrei. Porém...Ontem, ao organizar uns arquivos do computador, tive a grata surpresa de encontrar o barco ali, bem guardado, à minha espera.)
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quinta-feira, fevereiro 28, 2008

HÁ CASOS QUE DEVERIAM SER ENTREGUES A HERCULE POIROT!
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Finalmente venho falar sobre Hercule Poirot.
Primeiro, de todos os detetives que conheço, ele é o meu favorito.
Segundo, ele já foi minha melhor companhia em duas férias (*).
Terceiro, quem não leu nada da Agatha Christie, está perdendo um dos maiores prazeres da vida.
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(*) Passar férias em Joinville é estar na contra-mão da história (com todo o respeito, mãe, vó e todos os barriga-verdes que conheço e prezo!). A cidade fica deserta e todos os seus conhecidos viajaram para alguma cidade de praia. Mas se você está lá, acompanhada por Hercule Poirot, tudo está salvo. Foi assim em julho de 97 e janeiro de 98. Metade dos crimes da Aghata Christie, Poirot e eu desvendamos em julho; a outra metade, em janeiro. Em janeiro, então, tinha tudo para serem as férias mais chochas da minha vida, mas a rotina de piscina-almoço-soneca-lanche-e-Poirot, todo dia, os trinta dias, acabou tendo um sabor especial - e isso, só quem já descobriu o mundo da Aghata Christie sabe o porquê.
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MAS POR QUE SENTI SAUDADES DO POIROT AGORA?
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Não passei férias em Joinville, nem minhas férias foram chochas. Mas dois crimes que ficaram sem solução, e que permanecem até hoje cheios de mistério, me fizeram sentir a falta do digno Hercule Poirot.
O primeiro crime foi a morte do ator do Super-Homem, George Reeves, do seriado em preto-e-branco, em 1959. Não é da minha época, mas os mais velhos deviam assistir. Parece que o seriado fez sucesso quando foi exibido, especialmente entre as crianças. A história do ator que interpretou o super-herói está no excelente filme HOLLYWOODLAND - BASTIDORES DA FAMA. HOLLYWOODLAND mostra como as escolhas que George Reeves foi fazendo na vida o levaram ao fim trágico (**) que teve. Reeves foi morto com um tiro na cabeça, mas tudo ficou tão mal explicado, e as investigações tiveram um ponto final tão rápido, que a dúvida pairou no ar: será que o ator George Reeves foi assassinado? A investigação, não muito convincente, concluiu que ele se suicidou. Motivos até poderiam justificar isso: Reeves andava bebendo muito, tomava calmantes, estava meio decadente, infeliz no trabalho, no amor... Mas ter sido assassinado também seria bastante plausível. Suspeitos não faltariam: a ex-namorada (e esposa de Eddie Manix, executivo da MGM), o próprio Manix (na verdade, alguém a seu mando) e a noiva, por quem Reeves já não sentia mais nada. O mistério permaneceu e ninguém fez questão de "desenterrar o morto". O filme HOLLYWOODLAND é muito bom, mas também não fez um trabalho de detetive. Apenas apresentou as mesmas interrogações da época. Eis um ótimo caso para Hercule Poirot.
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O outro crime ocorreu em Brusque, uma cidade de Santa Catarina, em 1949 (dez anos antes da morte de George Reeves), e está contado no livro TRAGÉDIA E MISTÉRIO NA VILLA RENAUX - O CASO CRIMINAL QUE ABALOU SANTA CATARINA, por João Carlos Mosimann.
Houve um grande industrial nessa cidade, Ivo Renaux, descendente de alemães que vieram ao estado e, com muito trabalho, enriqueceram e contribuiram com o progresso do lugar. Ivo casou-se com uma moça "de sociedade", de Curitiba, chamada Dagmar, e ambos viveram em Brusque. Mas a vida do casal foi se tornando insuportável. Ivo estava sempre bebendo com os amigos, em vez de ficar com a família; parece que era mulherengo e, como diria o Capitão Nascimento, era fanfarrão. Apesar disso, era querido por muita gente na cidade (provavelmente por todos os beberrões de plantão). No dia do seu aniversário, Ivo fora a um bar de Brusque comemorar com os amigos. Sua esposa, que o esperava para um jantar em casa, ao descobrir que ele estava no bar, foi até lá, enfurecida, e brigou com o marido na frente de todos. Acabou saindo e indo para a casa da sogra. Ivo resolveu sair do bar e ir comemorar com os amigos em outra cidade, Itajaí.
Dagmar saiu da casa da sogra e foi para a sua, esperar pelo marido. Ivo só retornou de madrugada. Por volta das 10h da manhã, ele foi encontrado na cama, morto com um tiro. As empregadas é que descobriram o corpo e avisaram a polícia. A princípio, falou-se em suicídio. Mas vários indícios mostraram que essa hipótese era falsa e que Ivo, na verdade, havia sido assassinado pela sua esposa.
Durante os inquéritos e o julgamento, Dagmar negou que fosse a assassina. (Se não me engano, ela ainda está viva e sempre negou isso.). A acusada foi ao Tribunal do Júri, e os jurados a absolveram.
Mesmo assim, como no caso do ex-Super-Homem, as coisas ficaram mal-explicadas. Tudo levava a crer que a esposa o tinha matado, mas Ivo estivera com tantas pessoas naquelas horas antecedentes, que qualquer um o teria matado facilmente.
Nem mesmo a opinião do juiz poderia ser levada em conta, pois quem decidiu foi o júri. Isso, no entanto, não seria problema para Hercule Poirot, pois ele é capaz de desvendar crimes ocorridos décadas antes.
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Por esses dois crimes, de que tomei conhecimento nessas férias, é que senti falta do grande detetive belga.
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(**) Uma professora de Direito Penal diz que faz a filha adolescente assistir a alguns episódios do Linha Direta para que aprenda: há muitas escolhas que fazemos e que podem nos levar a ou nos afastar de um crime. (Tudo bem a moral, mas a lição é meio que tratamento de choque. Linha Direta...ninguém merece!)
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A PROPÓSITO DO POST DE HOJE, ME LEMBREI DE COMENTAR SOBRE DUAS COISAS:
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- Miss Marple, outra "detetive" da Agatha Christie e
- Minha lista dos melhores filmes dessas férias (ou: o "meu Oscar pessoal")
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Mas calma, calma, ficam para um próximo post. Au revoir.
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segunda-feira, fevereiro 25, 2008

A RESPEITO DO PERDÃO
Especialmente para a mui querida amiga Jula.
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Perdoar significa soltar, desistir. Não tem nada a ver com desculpar um determinado comportamento. É só deixar toda a coisa ir embora. (Louise L. Hay, em VOCÊ PODE CURAR SUA VIDA)
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Se seu irmão pecar, repreende-o; se se arrepender, perdoa-lhe. (JESUS, em Lc 17, 3) (*)
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(*) Para mim, essa frase de Jesus é muito pedagógica, muito educativa. É o segredo para como pais devem educar seus filhos, e como qualquer pessoa ligada a outra pode ajudar se tiver que, de alguma forma, educar ou esclarecer alguém. Jesus era a bondade em pessoa, sem, jamais, deixar de ser muito firme. Não passava a mão nos erros; ele convertia e perdoava, mas era firme ao mostrar o erro e em pedir sua correção. Afinal, quem, senão ele, seria o mais interessado em mostrar a diferença entre o certo e o errado? Em uma outra passagem, Jesus é firme com relação a Herodes, a ponto de chamá-lo de raposa. Veja: "No mesmo dia chegaram alguns dos fariseus, dizendo a Jesus: 'Sai e vai-te daqui, porque Herodes te quer matar.' Disse-lhes ele: 'Ide dizer a essa raposa: eis que expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e ao terceiro dia terminarei a minha vida." (Lc 13, 31-32).
Essa "faceta" de Jesus me parece importantíssima, e só essa firmeza com relação aos erros é que pode explicar a capacidade de conversão e a brandura de um coração disposto a perdoar.
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p.s.: Sobre o Hercule Poirot, não me esqueci! Apenas aguardem.
É que hoje não estou para solucionar crimes.
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domingo, fevereiro 24, 2008

IMAGINA...
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A Noviça Rebelde vai, como de costume, cantar nas belas montanhas austríacas. Ao chegar lá depara-se com um resort.
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Pois é mais ou menos assim...
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E O PESSOAL DA MINHA ALDEIA:
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Comemoração do dia: Figueira ganhou...e o Avaí perdeu!!!
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sábado, fevereiro 23, 2008

SAUDADES
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Meu botão disse para mim:
- Saudades do amigo Poirot.
E concordei:
- Eu também. Saudades do Poirot...
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p.s.: esclarecimentos daqui a uns dias.
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segunda-feira, fevereiro 18, 2008

UMA CENA
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Ela não parava de dar conselhos para ele. Ele achava que já estava sendo invasivo aconselhar tanto assim. Mas para ela era necessário, ele tinha que ouvir.
Os dois estavam na sala. Ela, em pé; ele, sentado na mesa do jantar. Em cima da mesa, havia umas maçãs de gesso, dessas que servem de enfeite e de "pega-trouxa" - porque tem sempre alguém que pensa que é maçã de verdade. Enquanto ela insistia nos conselhos, ele começou a girar uma maçã sobre a mesa. E quanto mais ela falava, mais ele girava a maçã. Até que ela parou para respirar e ele aproveitou a brecha: segurou com firmeza a maçã, interrompendo sua rotação, e declarou tranqüilo:
- Estamos conversados.
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sábado, fevereiro 16, 2008

RESPOSTA:
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O francês.
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Talvez seja impressão minha (alguém me diz se pensou diferente), mas só um intelectual francês diria uma coisa daquelas: "o bem, com perversão, é mal absoluto". Tá certo que as outras opções que coloquei - um filósofo brasileiro e um inglês - podem induzir a isso, a que se pense logo no francês. Mas a impressão que tenho é de que Paris é linda, porém seus intelectuais costumam ser meio deprês. Eles se amam, bebem vinho, comem pão, passeiam por Montmartre, mas dizem: "ó vida dura, ó vida cruel, devo me atirar da Pont Neuf.". Ou talvez eu tenha essa impressão porque conheço alguns intelectuais que aaamam Sorbonne e companhia e são assim, meio deprês, meio "ó, o bem é mal etc etc, a vida não presta, ui, tralalá...". Enfim, talvez seja só impressão minha. Mas...
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AH, MAS DE ONDE VEIO A TAL FRASE.
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Veio de um francês mesmo. E quando ouvi, pensei "só podia ser um francês" (se for preconceito meu, desculpas!!). Foi do diretor do filme A TEIA DE CHOCOLATE - Claude Chabral.
Antes que pensem o contrário, gostei muito do filme; e ver os comentários do diretor é interessantíssimo. O filme mostra a elegante dona de uma fábrica de chocolate, casada com um pianista. Ele já tem um filho, mas, por causa de uma confusão ocorrida no dia do nascimento do garoto, aparece uma garota, com a mesma idade, pensando que talvez seja ela a filha do pianista. Essa seria a chave da trama, mas o diretor a deixa em suspense, pairando no ar o filme todo. O que recebe luz principal, com todas as nuances que só um bom diretor é capaz de acrescentar, é a gentileza da dona da fábrica, que sempre faz tudo pelos outros e toda noite deixa uma garrafa térmica com chocolate para o enteado tomar. Quando a tal garota aparece na história, ela descobre que o chocolate tem sonífero. E então surge uma outra dúvida no ar: terá sido ela - a dona da fábrica - quem colocou sonífero na bebida que a mãe do garoto tomou antes de sair com o carro e morrer no volante? A história indica que sim e que as próximas vítimas serão o enteado e a garota.
O final do filme, vou ter que dizer, não resisto: é muuuito francês. Se fosse um filme americano, apareceriam os policiais levando a assassina para fora de casa ou alguém a mataria. Algo do tipo, que indica que ali foi posto um "ponto final" - a não ser que tenha as continuações 2, 3, 4, 5... Mas não é um filme americano, portanto, não termina assim. (Deixo para vocês conferirem.)
E sobre a frase de Chabral, o que ele quis dizer é que mostrou a protagonista (que esqueci de dizer: é a excelente Isabelle Huppert; como trabalhou bem nesse filme! Uma louca perfeita!) toda gentileza, toda "bondade" para com os outros, mas, no final, era uma perversa. O diretor acrescenta que ela era só uma aparência de gentileza, mas pelo que fazia acabava sendo a maldade em pessoa.
Mas aí é que está um detalhe. Chabral falou de "aparência" e a frase dele era "o bem, com perversão, é maldade absoluta". Se "bem", para ele, pode ser aparência, então, o que ele chama de "bem" é outra coisa. "Bem" é essência, independente da aparência. É uma diferença sutil, mas que a tal intelectualidade a que me referi, a que tem a linda torre Eiffel por perto e ainda é capaz de falar "ó vida dura, ó vida cruel, vou me atirar", é mestre em confundir.
E outra: a personagem de Huppert podia ser a gentileza em pessoa, mas aqueles olhos frios não enganavam um observador mais atento. (E Isabelle Huppert interpretou muito, muito bem.).
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Tá, falei demais com o meu botão. Quem quiser ver uma boa trama, com suspense, tensão psicológica e, acima de tudo, uma trama francesa, veja A TEIA DE CHOCOLATE. Recomendo, sentada, com uma boa xícara de chocolate quente. Ai, que sono...
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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

CONVERSA COM O MEU BOTÃO APÓS UM FILME (*):
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Botão, há três filósofos: um brasileiro, um francês e um inglês. Qual deles diria uma frase dessas: O bem, com perversão, é o mal absoluto. ?
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(*) Vão pensando. Quando voltar, esclareço tudo.
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sexta-feira, fevereiro 08, 2008

MUITO BEM, DONA FRANCES MAYES!
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A felicidade? Sua cor deve ser o verde da primavera, impossível de descrever até que se veja um lagarto recém-saído do ovo aquecendo-se numa pedra ao sol. Essa cor, a da pele reluzente do lagarto verde, repete-se em cada folha nova. "A força que, através do rastilho verde, impele a flor...", escreveu Dylan Thomas. "Rastilho" e "força" são uma excelente escolha de palavras - a força regeneradora da natureza explode em cada erva, caule, em cada ramo. Trabalhando ao sol ameno, também sinto o rastilho verde do meu corpo. Ondas de energia, um caleioscópio com a luz do sol através das folhas, a brisa leve que me dá vontade de dizer a palavra "zéfiro" - essa simplicidade irracional pode se chamar de felicidade. (FRANCES MAYES, em BELLA TOSCANA - A DOCE VIDA NA ITÁLIA)
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Porque nesta última semana, depois de muita chuva na Minha Aldeia, me sinto como o lagarto que recém saiu do ovo e foi se aquecer ao sol (na areia, perto da água salgada, claro...). A "simplicidade irracional" pode, sim, ser chamada de felicidade.
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p.s.: continuo no "ausente" por tempo indeterminado.
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